quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Aplicação para universidades estrangeiras

Essa é uma postagem feita em resposta ao pedido de uma leitora do blog. :)
Muita gente tem vontade de se candidatar para alguma universidade estrangeira, mas como o processo é longo, complicado e em alguns casos até mesmo bastante caro, muitos alunos proeminentes deixam de tentar uma vaga e perdem boas oportunidades. Vou tentar fazer um resumão de como funciona o processo de aplicação para as universidades americanas, canadenses e australianas (são bem parecidos entre si, mas cada um tem suas particularidades, então, pesquisem!).

1º) Onde conseguir ajuda.
A Fundação Estudar é bem legal para os alunos que querem se candidatar para uma universidade no exterior. O Estudar Fora é uma das organizações que eles coordenam, e por meio dela dá pra se inscrever em alguns programas legais como o Personal Prep Scholars. É gratuito, mas quem tem grana suficiente pode se inscrever em cursos preparatórios e programas pagos que ajudam muito.
Outra fundação, o EducationUSA, fornece o Oportunidades Acadêmicas, um programa bem parecido com os do Estudar Fora. Eu sou aluna do Prep Program, mas tenho um amigo que aplicou pelo EducationUSA e deu tudo certo, então posso dizer que tanto um quanto o outro são confiáveis.

Esses programas têm mentores que te orientam e te dão dicas durante todo o processo de aplicação e até mesmo pagam as suas despesas com o envio dos documentos e as taxas de inscrição nas provas de seleção e nas próprias universidades (o que pode ficar um valor bem alto no fim das contas). Então, recomendo que vocês PESQUISEM BEM sobre todos eles e se inscrevam nos que gostarem mais.

By the way, estudantes que vão tentar os EUA precisam acessar o College Board. É o site da empresa que elabora o SAT e eles têm, além de simulados online, um guia de universidades muito maneiro que eu usei pra montar a lista de instituições que eu me interesso. Recomendo que vocês usem também.

2º) Avalie suas chances.
O processo seletivo das universidades varia bastante de instituição para instituição, então, novamente, PEEESQUISEM. É bom dar uma olhada em rankings internacionais pra sentir como é cada uma das melhores universidades do mundo na área que te interessa. Confio muito no Top Universities, mas tem algumas dezenas de rankings assim online, é só procurar o que te interessa mais.
Geralmente, o básico que um aluno deve ter para se candidatar para uma universidade canadense, americana ou australiana é o inglês fluente, o histórico escolar mais lindo que for possível e um currículo maneiro. Se o seu inglês não for fluente, corra pra compensar o tempo perdido, é um dos pré-requisitos mais importantes. Um currículo maneiro significa ter premiações em concursos estudantis, fazer algum trabalho voluntário, ter participado de eventos interessantes e possuir vínculos com instituições legais (clubes de matemática ou de ciências, academias de letras locais, esse tipo de coisa), mas claro que há variações. Novamente, não é necessário ser medalhista de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática, embora isso seja muito bom. Às vezes um mulimedalhista perde a vaga para um aluno que seja mais participativo dentro da própria escola e da própria comunidade, coordenando o jornal escolar e ensinando inglês para crianças carentes, por exemplo.
Quanto ao seu histórico, alunos com notas vermelhas podem esquecer, nem leiam o resto. Sei que é triste, mas é verdade. As notas do seu ensino médio inteiro vão ser avaliadas (às vezes até mesmo as do nono ano) e estudantes de alto nível estão competindo, então notas ruins matam as chances de qualquer um. Geralmente dá pra ter uma ideia legal das suas chances fazendo uma média aritmética de todas as suas notas de cada ano. Ter essa média entre 8,0 e 9,0 não é muito legal (o ideal é estar acima de 9,0, e para os corajosos que querem Harvard ou algo assim, nada menos que 9,5), mas dá pra compensar a falta de um histórico brilhante com um currículo excepcional, por exemplo.
Além disso, os selecionadores avaliam redações escritas por você sobre temas que eles pedem (os chamados essays) e realizam entrevistas com o candidato. Ambas são cruciais e variam muito com cada instituição. Algumas vezes eles só pedem que você fale sobre si mesmo e sobre o que você faria para aproveitar ao máximo a experiência de estudar lá; entretanto, já ouvi falar que Columbia pediu que os alunos falassem sobre as suas peças de teatro preferidas ou algo assim. Enfim, de novo, PESQUISEM como funcionam os essays e as entrevistas das instituições que vocês estão interessados e estejam preparados.
Outra coisa que eles valorizam muito é a habilidade artística e/ou esportiva do candidato. Se você manda muito bem no clarinete, faz pinturas pra exposições na escola ou na casa de cultura da sua cidade, é parte de uma banda de rock ou então é o melhor goleiro do colégio, faça questão de ressaltar isso na sua aplicação.

3º) Estudem para as provas!!
Alunos estrangeiros precisam fazer o SAT e/ou o ACT, além do TOEFL, claro. O SAT e o ACT são mais ou menos "vestibulares internacionais", algumas instituições preferem um ou outro. Como eu não vou fazer o ACT, já que nenhuma das universidades que eu quero o usam, não posso falar muito sobre ele sob o risco de dizer besteira e atrapalhar alguém. Deixo isso para vocês mesmos pesquisarem.
O SAT acontece algumas vezes por ano no Brasil em cidades predeterminadas. O próximo é em maio. Ele cobra somente inglês e matemática, mas vou avisando que é bom estudar MUITO, já que o vocabulário que eles exigem é de um nível avançadíssimo e a redação em inglês tem que ser feita em 25 minutos no máximo. A prova inteira é uma corrida contra o tempo tão assustadora que faz o ENEM parecer o Barrichello, então aviso que antes do dia D é bom fazer vários simulados para se acostumar com o ritmo.
O TOEFL é essencial para estudar em qualquer país de língua inglesa, assim como é o DELF na França, o DELE de espanhol e assim por diante. Eu costumo estudar pra ele assistindo filmes ou seriados em inglês sem legenda e lendo notícias em sites de jornais americanos e ingleses, é um jeito divertido e eficiente de aprender.

4º) Procurem bolsas de estudo!
Quem não tem como pagar as altíssimas mensalidades de uma universidade americana (geralmente as melhores, como Harvard, são as particulares) e precisa de ajuda para se manter morando em outro país pode pedir uma bolsa, como eu vou fazer. :) Algumas universidades, como por exemplo a UCLA e Berkeley, não oferecem nenhum tipo de auxílio para estudantes internacionais, então novamente digo para vocês PESQUISAREM e darem preferência às que são mais receptivas com os estrangeiros. Até mesmo algumas instituições que dão bolsas costumam facilitar o acesso de alunos que podem pagar as mensalidades.

Como vocês devem ter percebido, a palavra-chave é PESQUISA. Não dá pra querer fazer uma graduação lá fora sem pesquisar como tudo funciona em cada uma das faculdades em questão. Além disso, se o seu histórico não é muito legal e você não faz nada nem pelas plantas do seu quintal, corra atrás,estude mais para melhorar as notas e se inscreva como voluntário(a) na ONG mais próxima. Boa sorte nas provas de seleção!

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